Memória
da escola: subsídios para sua construção e organização
Maria Aparecida Franco Pereira - UNISANTOS
Ementa: O minicurso será desenvolvido em três
etapas: na primeira, faz parte a discussão das relações
entre Memória e História na ótica de Le Goff, Nora
e Halbwachs, e sua importância para a formação da
identidade dos indivíduos e das instituições. A seguir
discutir-se-ão propostas para a organização, na escola,
dos lugares da memória e a formulação de diretrizes
para a coleta futura das fontes. Ficará evidenciada a participação
da comunidade escolar e será preservada tanto a documentação
oficial como a da vida cotidiana. Por fim, serão vistas as diretrizes
básicas para organização de um acervo fotográfico
e de registros de oralidade. Serão estudadas propostas para tornar
visível a memória para a comunidade.
Meio ambiente,
movimentos sociais e educação na sociedade de risco.
Pedro Jacobi- FE-USP
Ementa: Apresentar a construção da
noção de noção de risco na sociedade contemporânea
à luz da crise ecológica, da modernização
reflexiva, caracterizando a chamada “e a sociedade de risco global”
como padrão societário da alta modernidade. Apresentar os
autores que propõe este conceito, particularmente Ulrich Beck e
Antony Giddens e discutir as conseqüências teórico e
práticas da escolha do conceito, notadamente seus impactos sobre a
idéia de cidadania e direitos ambientais, as implicações
da idéia de risco na esfera de ação dos movimentos
sociais da educação e da ética orientados para a
justiça ambiental. Face a este contexto, discutir as possibilidades
de Educar ambientalmente na sociedade de risco.
Docência
universitária e os eixos orientadores do processo didático.
Ilma Passos Alencastro Veiga – UnB
Ementa: Docência universitária como objeto
de estudo: características legais, conceituais e profissionais
e suas relações com os eixos orientadores do processo
didático. O trabalho coletivo: perspectivas e modalidades; a pesquisa
interinstitucional em parceria: um horizonte de possibilidades; caminhos
da avaliação da aprendizagem: classifica ou emancipa?
A
Educação Popular no campo e na cidade: questões teórico-metodológicas.
Noeli Valentina Weschenfelder - Unijui
Maria Tereza Goudard Tavares – UERJ/FFP
Ementa: A Educação Popular hoje: dilemas
e perspectivas. A questão político-epistemológica
da Educação Popular na contemporaneidade: uma breve contextualização.
A Educação Popular no campo e na cidade: questões
emergentes e recorrentes na pesquisa em EP. A escola pública e
a escola pública popular: limites e possibilidades. Pistas para
se (re)pensar a EP na contemporaneidade.
A qualidade na educação infantil
Maria Malta Campos
Rita Coelho
Carmen M. Craidy
Maria Lucia Machado
Ementa: O minicurso terá como foco a discussão
da qualidade na educação infantil.
Dividido em três sub-temas. O primeiro tema será a qualidade
da educação.Qual qualidade? Relato de algumas experiências.
O encontro apresentará relatórios de pesquisas realizadas
com adultos e crianças sobre o que é uma escola de qualidade
e o custo aluno qualidade. O terceiro encontro apresentará os Parâmetros
de Qualidade do MEC/BR.
A pesquisa recente sobre a formação
do professor: problemas teóricos e metodológicos.
Menga Lüdke – PUC-Rio (Coordenadora)
Marli André – PUC-SP
Ementa: Serão focalizadas questões teóricas
e metodológicas ligadas às pesquisas que estudam a formação
de professores, nos últimos dez anos. Especial atenção
será dada às questões relacionadas às imprecisões
na definição do objeto da pesquisa, às dificuldades
no estabelecimento do problema em estudo, às fragilidades da fundamentação
teórica, às inconsistências metodológicas,
sobretudo ligadas às abordagens qualitativas, e aos desafios no
processo de análise das informações obtidas, particularmente
pelo pesquisador iniciante.
Introdução ao estudo do capital.
Paulo Sérgio Tumolo - UFSC
Ementa: As categorias analíticas fundamentais
do capital e seu movimento contraditório. As transformações
no mundo do trabalho. Capital, trabalho e educação.
Das primeiras letras ao letramento: momentos
cruciais na história do ensino da leitura e escrita no Brasil.
Maria do Rosário Longo Mortatti - UNESP-Marília
Ementa: Serão abordados momentos cruciais na história
do ensino de leitura e escrita no Brasil, enfatizando-se os diferentes
sentidos que lhe foram sendo atribuídos articuladamente à
constante tensão entre o que em cada momento se considerou “novo”
e “revolucionário” em relação ao “antigo”
e “tradicional” no processo de escolarização
sistemática dessas práticas socioculturais a partir do final
do século XIX e enfocando-se o papel dos métodos e do material
utilizados para esse ensino.
Políticas
de Educação Superior Comparadas: os casos Brasil-Argentina
Graciela C. Riquelme – UBA
Judith Nasdorf – Universidade de Buenos Aires
Afrânio Mendes Catani - USP
Ementa:
- Identificar el impacto del discurso internacional acerca de la sociedad
del conocimiento y la educación superior sobre la realidad de las
instituciones terciarias y universitarias del país.
- Posibilitar herramientas para un análisis del discurso que marque
la relatividad de los contextos productivos, científicos y tecnológicos
en que se inserta la educación superior.
- Interpretar el papel jugado por la relación entre educación
superior, ciencia y tecnología y aparato productivo en Argentina
en los últimos 50 años.
- Caracterizar el mercado de trabajo de estudiantes y egresados de las
educación superior, identificar comportamientos diferenciales y
rasgos de los submercados profesionales en cuanto al acceso y desempleo.
- Plantear el papel corporativo de los sectores empresarios y de las asociaciones
profesionales, así como del nuevo “sector empresario de la
educación superior” en grado y posgrado.
- Evaluar la incorporación de innovaciones curriculares o en planes
o programas de materias de acuerdo a demandas del aparato productivo y
el mercado de trabajo.
Escritas currículo, diferenças
em acontecimentos.
Antonio Carlos R. Amorim - FE/Unicamp
Ementa: Buscar possibilidades de fuga, de vazamento e
de diferir o currículo como texto cultural é a proposta
deste minicurso, em que se escavará a provocação
deleuziana de que a escrita e significação não são
obrigatoriamente associadas. Reconhecendo-se a relevância e influência
dos estudos de culturas nas últimas décadas no/sobre o campo
de estudos de currículo, é potencializador e desconcertante
o encontro com autores pós estruturalistas, em seu esforço
em sussurrar pelas diferenças que insistem em gerar diferenças.
Dedicando-se ao estudo de imagens fotográficas e televisivas, no
minicurso a procura será pelos fluxos que se/nos acontecem quando
questões relativas às identidades nacionais e aos valores
do brasileiro/da brasileira são escrituras de subjetividade. O
currículo-linguagem-representação-conhecimento-moral
é capaz de funcionar, agir, ser fora da máquina de guerra,
captura e estriamento dos espaços escolares ou não? Quais
escritascurrículo suportam a fuga, o vazio ou a ausência
do sujeito-identidade-cultura-pedagogia? São perguntas lançadas
para se imaginar o currículo como acontecimento, sua escrita com
arma.
Império e currículo: inclusão,
diferenciação e gerenciamento
Alfredo Veiga-Neto – ULBRA/UFRGS
Ementa: O minicurso parte da lógica clássica
da soberania para, passando pela lógica moderna da governamentalização,
discutir as novas configurações que assume a soberania no
Império. Esses deslocamentos são importantes para a compreensão
dos papéis que a escola—e especialmente o currículo—
assumiu e continua assumindo nas diferentes formas de governamento, no
âmbito do indivíduo e da população. Algumas
características da soberania imperial —tais como o estriamento,
o enfraquecimento dos Estados-Nação, os racismos, a corrupção
ética e das relações de trabalho, o incremento das
políticas (paliativas) de inclusão, a diferenciação
e o gerenciamento— serão resumidamente discutidas, em função
do papel que o currículo assume para o seu estabelecimento.
Programa:
· Soberanias: do Soberano, do Estado-Nação (centro
e periferia) e do Império
· Currículo como operador do governamento: disciplinaridade
e biopolítica
· Governamentalidade
· Crises modernas e transições para o pós-moderno
· Soberania imperial: estriamento, racismos, corrupção,
imperativos
· O currículo a serviço da inclusão, da diferenciação
e do gerenciamento
Escola e diversidade
Luciana Pacheco Marques – UFJF
Ementa: O minicurso propõe a continuidade do debate
sobre identidade e diferença no palco da escola. Terá como
pano de fundo o deslocamento do dado do universal da Modernidade para
o do múltiplo da Atualidade, através da análise das
categorias conhecimento, tempo, espaço e sujeito. O debate culmina
com a necessidade de uma recontextualização pedagógica,
propondo a perspectiva intercultural. Assim, quatro temáticas serão
trabalhadas neste minicurso: 1) o movimento de ruptura com a Modernidade;
2) o pensamento da Atualidade nas categorias conhecimento, tempo, espaço
e sujeito; 3) a constituição social da identidade e da diferença;
4) o processo educacional numa perspectiva intercultural.
Caminhos para a pesquisa em sociologia da
educação a partir de fontes estatísticas
Alceu Ravanello Ferraro - EST
Ementa:
1. Questões preliminares. A velha (ou falsa?) polêmica sobre
quantidade e qualidade na pesquisa educacional.
Fontes e estatísticas do estado educacional (características)
da população e fontes: alfabetização, grau
e série freqüentada, número de anos de estudo concluídos
com aprovação, grau concluído. Estatísticas
do movimento (eventos) do(s) sistema(s) de ensino: principais informações
coletadas. Indicadores educacionais: conceituação e construção.
A questão da qualidade das fontes e dos dados/das estatísticas.
O desafio do acesso aos MICRODADOS dos censos e das pesquisas nacionais
por amostra de domicílios/PNADs na pesquisa em educação.
O desafio de se trabalhar com dados/estatísticas cuja coleta não
se pautou pelas questões do/a pesquisador/a.
2. Artes e manhas no lidar com estatísticas do estado educacional
da população (censos e PNADs). Análise sincrônica
do analfabetismo ou da alfabetização; análises diacrônicas
ou de tendência secular do analfabetismo e da alfabetização.
Modelo de diagnóstico da escolarização. Experimento
de definição de níveis de letramento a partir da
informação sobre anos de estudo. Estimativa da dívida
educacional.
3. Ensaio de análise com base em MICRODADOS do censo demográfico:
a trajetória da relação entre gênero, cor/raça
e alfabetização.
4. Estatísticas do movimento do(s) sistema(s) de ensino, originadas
dos registros escolares. Principais informações coletadas.
Questões de ordem conceitual e metodológica. Conflitos entre
estatísticas de diferentes origens (fontes): censos demográficos
e pesquisas por amostragem versus registros escolares. Por quê as
matrículas superam o número efetivo de crianças?
Um modelo para levantamento da múltipla matrícula (e múltipla
contagem nas estatísticas).
5. Por que as águas dos dois tipos de fontes dificilmente se misturam?
Pesquisa-ação-crítico-colaborativa:
implicações para a formação continuada e a
inclusão escolar
Denise Meyrelles de Jesus - UFES
Ementa: Analisaremos a dinâmica da pesquisa-ação
crítica, como perspectiva epistemológica, metodológica
e política, observando como esse procedimento pode contribuir na
formação continuada de profissionais investigadores críticos.
Enfatizaremos ações colaborativas entre a universidade e
as redes públicas de ensino, entendendo a necessidade de aprofundar
o diálogo entre teoria, prática e pesquisa possibilitado
pela dinâmica da pesquisa-ação, uma forma de investigação
crítico-emancipatória para a educação e não
sobre a educação. Problematizaremos questões que
se colocam àqueles que se propõem a tal agenda: a mediação
grupal; os elementos analisados nos estudos; os diferentes percursos vividos;
os processos de implicação; o entrelaçamento de sujeitos,
saberes e vontades; os desafios de apreender sitações buscando
os processos de mudanças e seus elementos disparadores.
Mídias e mediações no espaço
escolar.
Maria Isabel Orofino – Unisul –SC
Ementa: Este minicurso apresenta uma proposta de ação
cultural no espaço escolar para um uso participativo e crítico
das mídias contemporâneas (Orofino, 2003). Traz aportes teórico-metodológicos
das teorias latino-americanas das mediações (Martín-Barbero
e Orozco) e busca estabelecer nexos entre estas e os estudos culturais
britânicos, sobretudo a partir do resgate do conceito de mediação,
conforme proposto por Raymond Williams.
Será trabalhada uma perspectiva que defende a parceria entre comunicadores
e educadores a partir de uma visão transdiciplinar, convergente
e integradora da mídia-educação, em que a escola
é compreendida como um espaço de leitura e produção
críticas; isto é, de recepção e resposta às
narrativas dominantes veiculadas pela mídia de caráter comercial.
Pretende-se fortalecer o diálogo entre educadores e comunicadores
frente aos desafios de problematizar uma nova materialidade tecnológica
e as relações entre mídias e escola, a partir de
um enfoque que entrelaça as teorias da comunicação
com uma pedagogia libertadora. Ao se tratar de mídia-educação,
a visão que se defende é aquela que busca trabalhar a partir
de um contexto real e possível, e não meramente tecnicista
e generalizador.
As mídias se tornam quase onipresentes, muitas delas acessíveis
à grande maioria da população. Mas, ao mesmo tempo,
revelam um quadro de profunda exclusão, sobretudo no que se refere
ao acesso dos estudantes de classes populares ao uso do computador e da
internet. Se 98% da população brasileira são consumidores
ativos do rádio e da televisão, por outro lado, apenas 7%
têm acesso à internet.
É cada vez mais necessário problematizarmos esse tumultuado
cenário das mídias contemporâneas e mostrar que aí
reside a espetacularização, a glamourização,
a distorção, a manipulação, mas também
e principalmente a brecha, a alternativa de se usar esses meios para a
construção de novas narrativas, de defesa de direitos humanos,
da paz e da sustentabilidade. A escola pode e deve ser um espaço
não apenas de debate sobre o consumo das mídias (o que é
importantíssimo) ,mas também de uso e produção
de novos discursos. E que estes sejam de autoria da própria comunidade
escolar.
Educação e Sociedades de controle.
Sylvio de Sousa Gadelha Costa - UFC
Ementa: As sociedades contemporâneas têm
se caracterizado por múltiplas, intensas e rápidas transformações
em seus mais variados domínios: tecnológicos, econômicos,
sociais etc. Associadas às mutações subjetivas em
curso, elas afetam decisivamente as relações dos indivíduos
entre si, e destes com as coletividades, perfazendo uma cultura cada vez
mais complexa, fragmentada e polifônica. Tais mutações
incidem inexoravelmente em nossa sociabilidade e nas formas através
das quais resistimos e somos sujeitados pelos novos mecanismos de poder
advindos com a globalização e o novo milênio.
Nesse sentido, é importante problematizar os efeitos dessas transformações
no âmbito da prática e da teorização educacionais.
Com efeito, até que ponto as idéias que temos de educação,
de sua função social, dos valores que a embasam e das formas
como ela tem se organizado, ainda respondem efetivamente às nossas
novas condições de existência? O mini-curso volta-se
para essa temática, explorando as condições de possibilidade
da educação nas sociedades contemporâneas, designadas
por Gilles Deleuze como sociedades de controle.
Ele se divide em três unidades programáticas:
a) caracterização das sociedades disciplinares (Foucault),
do modelo de educação que lhes é correlato e do conceito
de biopoder (Idem), de primordial importância não só
para a inteligibilidade dos processos de regulamentação
social, desde o final do século XVIII, como também para
o entendimento dos novos controlatos que vêm regulando a educação
em nossa atualidade;
b) exame geral das principais tendências que, segundo Gilles Deleuze,
animam e modelam a vida nas sociedades de controle, averiguando seu modus
operandi, dimensionando-as e buscando associá-las ao biopoder;
c) Análise de alguns fatores em jogo nas relações
entre educação, controle e resistência, em nosso presente
(consumo, novas tecnologias, mídia, marketing, comercialização
da vida, megacorporações, novos movimentos sociais etc..),
dialogando com autores (intercessores) que vêm explorando temáticas
afins.
Marx, Freire e a Exclusão Educacional
Avelino da Rosa Oliveira – UFPel
Gomercindo Ghiggi - UFPel
Ementa: Por que privilegiar os conceitos exclusão/inclusão,
em detrimento de opressão/libertação na análise
educacional? Trata-se apenas de uma substituição de termos,
irrelevante para o projeto sócio-educacional? Ante tais questionamentos,
sustentamos a tese de que a teoria da exclusão foi apressadamente
apropriada pela literatura educacional brasileira. Originada em contexto
positivista, visa amenizar os impactos desumanizadores resultantes do
modo de produção capitalista, e não superá-lo.
Antes, Freire forjara, com brilhantismo intelectual e compromisso ético,
o vigoroso conceito de opressão. Desde a Pedagogia do Oprimido,
tivemos à disposição uma rede categorial apta a dar
conta da realidade de opressão que historicamente marcou nossa
sociedade e que, em suas determinações substantivas, ainda
define o tempo presente. Quanto ao termo exclusão, tem sido tão
disseminado que acabamos pagando o preço da indefinição:
chegamos a uma situação em que é empregado por quase
todo o mundo para designar quase todo o mundo, revestindo-se de imprecisão
e carecendo de rigor conceitual. Neste minicurso, pretendemos investigar
filosoficamente o conceito de exclusão social e suas implicações
na educação. O objetivo é possibilitar embasamento
conceitual sólido para as pesquisas no campo da educação,
bem como a produção de uma rede categorial adequada para
a compreensão e intervenção nos fenômenos educativos.
Para tanto, serão tomados os construtos teóricos de Marx
e Freire como pontos de apoio da reflexão e fontes de onde se buscará
extrair produtividade. O minicurso será desenvolvido a partir dos
seguintes tópicos: a) histórico do surgimento e consolidação
do termo exclusão nas ciências humanas em geral; b) mapeamento
da difusão deste conceito na literatura educacional brasileira;
c) discussão da pertinência teórica do conceito exclusão,
a partir dos referenciais marxista e freiriano; d) localização
do conceito exclusão no interior de uma concepção
filosófica abrangente.
Perspectivas culturais na Educação Matemática
de Jovens e Adultos: enculturação matemática, etnomatemática
e abordagens discursivas.
Maria da Conceição F. R. Fonseca - UFMG
Ementa: O educando jovem e adulto como sujeito cultural
da aprendizagem e do conhecimento matemático. A enculturação
matemática entre os propósitos da Educação
de Jovens e Adultos. Abordagens etnomatemáticas nos estudos e nas
práticas da Educação de Jovens e Adultos. A negociação
de significados nas situações de ensino e aprendizagem da
matemática na Educação de Jovens e Adultos, numa
perspectiva discursiva.
História da Educação Matemática:
porque e como?
Wagner Rodrigues Valente - PUC-SP (Coordenador)
Aparecida Rodrigues Silva Duarte –UNIVAS-MG
Flávia dos Santos Soares - PUC-RJ
Maria Cecília Bueno Fischer - UNISINOS- RS
Maria Célia Leme da Silva - PUC-SP
Neuza Bertoni Pinto - PUC-PR
Ementa: O título da proposta deste mini-curso
inspira-se naquele dado a uma conferência que se tornou emblemática
para a história da matemática. Trata-se do trabalho “History
of mathematics: why and how”, apresentado pelo renomado matemático
André Weil, no International Congress of Mathematicians, realizado
em Helsinki, em 1978. Essa conferência foi traduzida para o português
pela revista Matemática Universitária, publicação
da SBM – Sociedade Brasileira de Matemática, em seu no. 13,
de junho de 1991. Em síntese, Weil defendeu a posição
de que “a história da matemática pode ser melhor praticada
por matemáticos na ativa ou por aqueles que o tenham sido”.
A quem caberia, então, praticar a história da educação
matemática? Importa, assim, levar os participantes a refletirem
sobre a importância da história da educação
matemática. O trabalho inclui, ainda, numa segunda etapa, a discussão
de uma metodologia de trabalho que possibilite a produção
dessa história. Assim, os temas a serem tratados na proposta incluem:
- história, história cultural, história da matemática
e histórica comparativa: as muitas histórias e a educação
matemática;
- o papel da história da educação matemática
na formação do professor de matemática;
- a produção existente no Brasil sobre história da
educação matemática;
- como se produz história: as fontes de pesquisa para a história
da educação matemática.
Os temas serão abordados em seis módulos de aproximadamente
uma hora e meia, com atividades a serem desenvolvidas com os participantes.
Elas incluem estudos com livros didáticos antigos, modernos e contemporâneos;
uma dinâmica que envolve trabalho com provas e avaliações
de diferentes épocas escolares; um trabalho com papéis de
arquivos pessoais de professores, dentre outras.
Desdobramentos da Psicologia Vigotskiana para a Educação.
Marilda Gonçalves Dias Facci - UEM(Coordenadora)
Silvana Calvo Tuleski - UEM
Sônia Mari Shima Barroco - UEM
Ementa: Este curso pretende abordar a importância
de se recuperar a historicidade do pensamento de L. S. Vygotski (1896-1934),
apresentando o contexto econômico-social e político em que
o autor elaborou sua obra. Esta proposta, portanto, advém do estudo
aprofundado de diversos escritos do autor, em suas traduções
mais fiéis, no qual pôde-se constatar o quanto sua teoria
foi gestada a partir das contradições inerentes à
sociedade russa pós-revolucionária e estava comprometida
com a construção de um novo homem, diferente do homem burguês.
Assim, este curso procurará apresentar os principais fundamentos
históricos e filosóficos da teoria vygotskiana à
luz da sociedade de sua época, isto é, sua base marxista,
que define sua concepção de homem e sociedade, sem os quais
torna-se quase impossível o entendimento de seus postulados, bem
como a compreensão de conceitos fundamentais expostos em seus estudos
como: concepção de aprendizagem e desenvolvimento; relação
pensamento e linguagem: funções psicológicas inferiores
e superiores; nível de desenvolvimento real e potencial; instrumentos
e signos; conceitos espontâneos e científicos; mediação
instrumental, fundamentos de defectologia, entre outros. Conclui-se que,
para Vygotski, a tarefa que se colocava aos homens de sua época
era desenvolver uma psicologia científica capaz de estudar o comportamento
do homem social e não somente o funcionamento do organismo individual,
tarefa esta que parece não estar esgotada na atualidade. Neste
sentido que tal discussão apresenta suas contribuições,
principalmente aos psicólogos e educadores contemporâneos
que estejam empenhados em compreender o desenvolvimento do psiquismo humano
e sua relação com a prática educativa.
A formação de educadores na perspectiva da diversidade
humana e da educação para as relações étnico-raciais:
referenciais e experiências.
Marly de Jesus Silveira - UFG
Adilton José de Paula - NEN
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva - UFSCAR
Ementa: Concepção de desenvolvimento e inserção
social enfocando a dimensão étnico-racial da diversidade brasileira,
e a promoção da eqüidade nos sistemas de ensino. Referências
político – pedagógicas deste enfoque na formação
de educadores para a Educação Básica. Pluralidade cultural
e multirreferencialidade em experiências atuais de formação.
Objetivos
- Identificar e relacionar referências de estudos, políticas
e de experiências sobre formação de professores centrada
na diversidade cultural e nas relações raciais.
- Contribuir na formulação de processos e instrumentos teórico-práticos
em programas, projetos e ações de formação docente,
tendo em vista as determinações da Lei 9394/96 – LDB
/ 10639/2003.
- Relatar e discutir aspectos selecionados dos projetos de formação
docente, com abordagem racial, realizados no âmbito da Faculdade de
Educação da UFSCAR/SP, e do Núcleo de Estudos Negros
– NEN , de Florianópolis /SC.
Representações,
práticas e desafios da sala de aula universitária - Proposta
de um minicurso para professores universitários
Carmen Teresa Gabriel - UFRJ
Adélia Maria Nehme Simão e Koff – PUC-RIO
Ementa: As concepções, práticas
níveis e etapas do processo de planejamento. As diferentes dimensões
da sala de aula do curso universitário. A avaliação:
concepções e práticas.
Este programa/minicurso está dirigido a professores universitários
interessados em repensar a sua prática docente. Os questionamentos
trazidos pelas transformações que caracterizam a nossa contemporaneidade
em seus diferentes níveis – social, político econômico
– afetam diretamente as relações estabelecidas entre
os sujeitos envolvidos no processo de ensino superior e o próprio
conhecimento acadêmico, acarretando desafios cotidianos para o exercício
do magistério no âmbito da universidade.
O objetivo central desse minicurso, portanto, é propiciar um espaço
de reflexão conjunta para pensar estratégias didáticas
e caminhos teóricos alternativos que possam contribuir para a superação
desses desafios pedagógicos que se apresentam no cotidiano da sala
de aula universitária.
Trata-se de contemplar, de forma articulada, tanto as especificidades
inerentes ao processo de ensino-aprendizagem que acontecem em diferentes
cursos, como as questões de ordem mais geral que perpassam esse
processo, no âmbito universitário. Não se trata de
trabalhar de forma dicotômica conteúdos e métodos,
temas e técnicas, e sim apreendê-los como elementos articulados
do próprio processo de ensino-aprendizagem.
Perguntas
gerando perguntas em educação sexual
Érica Renata de Souza – UNICAMP
Elizabete Franco Cruz - UNICAMP
Helena Altmann
Maria Teresa Campos – UNICAMP
Ementa: O objetivo desse mini-curso é constituir
espaços de encontro/interlocução com o outro, visando
discutir a temática da sexualidade humana em processos educativos
na escola e nos movimentos sociais, entretecendo uma cadeia de significações,
tendo os referenciais teóricos pós-estruturalistas como
cerne, entrelaçando sexualidades e infâncias, adolescências,
homossexualidades, linguagens, formação docente e educação
sexual.
Neste contexto, metodologias participativas serão utilizadas, evidenciando
o desafio da complexidade, com as incertezas da contemporaneidade, desestabilizando
verdades e dicotomias, rompendo padrões pré-estabelecidos
e, principalmente, aprendendo a redimensionar a construção
de conhecimentos, problematizando a infinidade de possibilidades da temática
da sexualidade humana em contextos educativos diversos. Problematizar,
para nós, significa criar e não apenas responder a uma questão;
suscitar as infinitas contradições da temática para,
navegando em meio à criatividade, forçar novos lances, novos
olhares, refazer hipóteses na ludicidade, na arte, no movimento.
O campo dos estudos das sexualidades vem, pois, se constituindo
como um local de questionamento, de desconstrução, de contradições
e de dúvidas. Isso faz com que muito mais do que discutir as sexualidades
o que passa a ser questionado é a cultura e todo processo que se
estabelece no seu interior para a construção das identidades
bem como a própria constituição dos sujeitos, o que
evidencia a importância da educação. A família,
a escola, a mídia, o grupo de pertencimento, os grupos sociais,
enfim, as diferentes dimensões sociais responsáveis pela
construção dos sujeitos adquiriram fundamental importância
para esses estudos. Discutir e problematizar, portanto, a temática
das sexualidades neste contexto, tendo os temas acima enunciados como
centralidade, se apresenta como nossa contribuição a este
encontro.
Atividades
ANPEd / CLACSO
(mnicursos com o apoio do Laboratório de Políticas Públicas
da UERJ - Programa Políticas da Cor na Educação Brasileira
- e do Fórum Latino-americano de Políticas Educacionais
– FLAPE)
Espaço
público e privatização do conhecimento. O debate
sobre políticas universitárias na América Latina
Coordenadores: Roberto Leher (UFRJ e UERJ/LPP) / Bettina Levy (CLACSO)
Professores convidados:Álvaro Campusano (Flacso, Equador) / Judith
Naidorf (Universidad de Buenos Aires, Argentina).
Ementa:
Análise dos processos de reforma universitária na América
Latina. Os processos de privatização e a crise da universidade
pública. O impacto dos tratados de livre-comércio no ensino
superior. A reforma universitária no Brasil, Argentina e Equador.
Bibliografia:
MOLLIS, Marcela (Org.) Las universidades en América Latina: reformadas
o alteradas? Buenos Aires: CLACSO, 2003.
GENTILI, Pablo & LEVY, Bettina (Orgs.) Espacio público y provatización
del conocimiento. Estudio sobre políticas universitarias en América
Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
GENTILI, Pablo (Org.) Universidades na penumbra: neoliberalismo e reestruturação
universitária. São Paulo: Cortez, 2001.
SOUSA SANTOS, Boaventura. A universidade no século XXI. Para uma
reforma democrática e emancipatória da universidade. São
Paulo: Cortez, 2004.
Trabalho,
filosofia e atividade humana
Coordenadores:Gaudêncio Frigotto (UERJ/PPFH/LPP) / Dayse Cunha (UFMG)
Professor convidado:Yves Schwartz (Université de Provence, França)
Ementa:
O trabalho numa perspectiva filosófica. Trabalho, atividade humana
e produção de saberes. Teorias da ação e atividade
humana.
Bibliografia:
SCHWARTZ, Yves. “O Trabalho numa perspectiva filosófica”.
Cuiabá: Seminário Trabalho, Saber, Educação,
2003. (no prelo)
SCHWARTZ, Yves. “Ergonomia, filosofia e exterritorialidade”.
Trad. in: Daniellou, François. A ergonomia em busca de seus princípios.
São Paulo: Ed. Blucher, 2004.
SCHWARTZ, Yves. “Disciplina epistêmica, disciplina ergológica
– paidéia e politeia” in: Revista Pro-Posições,
(Unicamp), v. 13, n. 1, jan./abr. 2002, pp 126-149.
FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.) Educação e crise do trabalho:
perspectivas de final de século. Petrópolis – RJ:
Vozes, 1998.
Afirmando
direitos: as políticas de ação afirmativa como estratégia
de democratização da educação
Coordenador: Osmundo Pinho (UERJ/LPP/PPCOR)
Professores convidados: Raquel Coelho César (UNIRIO e UERJ/LPP/PPCOR)
/ José Luis Petruccelli (IBGE e UERJ/LPP/PPCOR)
Ementa:
Universalização de direitos e políticas públicas.
O sentido das políticas de ação afirmativa. As estratégias
de luta contra a segregação racial no campo educacional.
A composição étnico-racial dos estudantes no ensino
superior brasileiro: um mapa da cor no sistema universitário. O
debate sobre as cotas: avanços e perspectivas.
Bibliografia:
CARVALHO, José Jorge. Inclusão Étnica e Racial no
Brasil: a questão das cotas no ensino superior. São Paulo:
attar, 2005.
MEDEIROS, Carlos Alberto. Na lei e na raça: Legislação
e relações raciais, Brasil – Estados Unidos. Coleção
Políticas da Cor. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2004.
LOBATO, Fátima & SANTOS, Renato Emerson dos (Orgs.) Ações
afirmativas – políticas públicas contra as desigualdades
raciais. Coleção Políticas da Cor. Rio de Janeiro:
Editora DP&A, 2004.
PETRUCCELLI, Jose Luis. Mapa da cor no ensino superior brasileiro. Série
Ensaios & Pesquisas. Rio de Janeiro: Laboratório de Políticas
Públicas – LPP e Secretaria Especial de Promoção
de Políticas da Igualdade Racial – SEPPIR, 2004.
Movimentos
sociais, reformas educacionais e lutas democráticas na América
Latina
Coordenador: Pablo Gentili (UERJ/LPP/OLPED e FLAPE)
Professores convidados: Roseli Caldart (MST) / Jill Friedemberg (Corrugate
Films, Seattle - EEUU)
Ementa:
Lutas populares e reforma educacional. O estudo das reformas educacionais
para além da ação governamental. Resistências,
conflito social e educação. Os movimentos sociais e a luta
pela democratização da educação no Brasil,
Argentina e México.
Observação: Na última sessão do mini-curso
será realizado um debate do filme “Pequeno grão de
areia” (dirigido por Jill Friedemberg) sobre a luta dos docentes
mexicanos contras as reformas neoliberais e a privatização
da educação. O filme será exibido em diferentes horários,
todos os dias, durante a Reunião Anual.
Bibliografia:
CASTAGNA MOLINA, Mônica; ARROYO, Miguel & CALDART, Roseli (orgs.)
Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004.
CALDART, Roseli. Pedagogia da terra. Petrópolis: Vozes, 2001.
GENTILI, Pablo & SUÁREZ, Daniel (Orgs.). Reforma educacional
e luta democrática: um debate sobre a ação docente
na América Latina. São Paulo: Cortez, 2004.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais no início do século
XXI. Antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003.
TIRAMONTI, Guillermina & FILMUS, Daniel (Org.) Sindicalismo docente
y reforma educativa en América Latina. Buenos Aires: FLACSO/Temas
Grupo Editorial, 2001.
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