Ementas dos Minicursos
 

Memória da escola: subsídios para sua construção e organização
Maria Aparecida Franco Pereira - UNISANTOS
Ementa: O minicurso será desenvolvido em três etapas: na primeira, faz parte a discussão das relações entre Memória e História na ótica de Le Goff, Nora e Halbwachs, e sua importância para a formação da identidade dos indivíduos e das instituições. A seguir discutir-se-ão propostas para a organização, na escola, dos lugares da memória e a formulação de diretrizes para a coleta futura das fontes. Ficará evidenciada a participação da comunidade escolar e será preservada tanto a documentação oficial como a da vida cotidiana. Por fim, serão vistas as diretrizes básicas para organização de um acervo fotográfico e de registros de oralidade. Serão estudadas propostas para tornar visível a memória para a comunidade.

Meio ambiente, movimentos sociais e educação na sociedade de risco.
Pedro Jacobi- FE-USP
Ementa: Apresentar a construção da noção de noção de risco na sociedade contemporânea à luz da crise ecológica, da modernização reflexiva, caracterizando a chamada “e a sociedade de risco global” como padrão societário da alta modernidade. Apresentar os autores que propõe este conceito, particularmente Ulrich Beck e Antony Giddens e discutir as conseqüências teórico e práticas da escolha do conceito, notadamente seus impactos sobre a idéia de cidadania e direitos ambientais, as implicações da idéia de risco na esfera de ação dos movimentos sociais da educação e da ética orientados para a justiça ambiental. Face a este contexto, discutir as possibilidades de Educar ambientalmente na sociedade de risco.

Docência universitária e os eixos orientadores do processo didático.
Ilma Passos Alencastro Veiga – UnB
Ementa: Docência universitária como objeto de estudo: características legais, conceituais e profissionais e suas relações com os eixos orientadores do
processo didático. O trabalho coletivo: perspectivas e modalidades; a pesquisa interinstitucional em parceria: um horizonte de possibilidades; caminhos da avaliação da aprendizagem: classifica ou emancipa?

A Educação Popular no campo e na cidade: questões teórico-metodológicas.
Noeli Valentina Weschenfelder - Unijui
Maria Tereza Goudard Tavares – UERJ/FFP
Ementa: A Educação Popular hoje: dilemas e perspectivas. A questão político-epistemológica da Educação Popular na contemporaneidade: uma breve contextualização. A Educação Popular no campo e na cidade: questões emergentes e recorrentes na pesquisa em EP. A escola pública e a escola pública popular: limites e possibilidades. Pistas para se (re)pensar a EP na contemporaneidade.

A qualidade na educação infantil
Maria Malta Campos
Rita Coelho
Carmen M. Craidy
Maria Lucia Machado
Ementa: O minicurso terá como foco a discussão da qualidade na educação infantil.
Dividido em três sub-temas. O primeiro tema será a qualidade da educação.Qual qualidade? Relato de algumas experiências. O encontro apresentará relatórios de pesquisas realizadas com adultos e crianças sobre o que é uma escola de qualidade e o custo aluno qualidade. O terceiro encontro apresentará os Parâmetros de Qualidade do MEC/BR.

A pesquisa recente sobre a formação do professor: problemas teóricos e metodológicos.
Menga Lüdke – PUC-Rio (Coordenadora)
Marli André – PUC-SP
Ementa: Serão focalizadas questões teóricas e metodológicas ligadas às pesquisas que estudam a formação de professores, nos últimos dez anos. Especial atenção será dada às questões relacionadas às imprecisões na definição do objeto da pesquisa, às dificuldades no estabelecimento do problema em estudo, às fragilidades da fundamentação teórica, às inconsistências metodológicas, sobretudo ligadas às abordagens qualitativas, e aos desafios no processo de análise das informações obtidas, particularmente pelo pesquisador iniciante.

Introdução ao estudo do capital.
Paulo Sérgio Tumolo - UFSC
Ementa: As categorias analíticas fundamentais do capital e seu movimento contraditório. As transformações no mundo do trabalho. Capital, trabalho e educação.

Das primeiras letras ao letramento: momentos cruciais na história do ensino da leitura e escrita no Brasil.
Maria do Rosário Longo Mortatti - UNESP-Marília
Ementa: Serão abordados momentos cruciais na história do ensino de leitura e escrita no Brasil, enfatizando-se os diferentes sentidos que lhe foram sendo atribuídos articuladamente à constante tensão entre o que em cada momento se considerou “novo” e “revolucionário” em relação ao “antigo” e “tradicional” no processo de escolarização sistemática dessas práticas socioculturais a partir do final do século XIX e enfocando-se o papel dos métodos e do material utilizados para esse ensino.

Políticas de Educação Superior Comparadas: os casos Brasil-Argentina
Graciela C. Riquelme – UBA
Judith Nasdorf – Universidade de Buenos Aires
Afrânio Mendes Catani - USP
Ementa:
- Identificar el impacto del discurso internacional acerca de la sociedad del conocimiento y la educación superior sobre la realidad de las instituciones terciarias y universitarias del país.
- Posibilitar herramientas para un análisis del discurso que marque la relatividad de los contextos productivos, científicos y tecnológicos en que se inserta la educación superior.
- Interpretar el papel jugado por la relación entre educación superior, ciencia y tecnología y aparato productivo en Argentina en los últimos 50 años.
- Caracterizar el mercado de trabajo de estudiantes y egresados de las educación superior, identificar comportamientos diferenciales y rasgos de los submercados profesionales en cuanto al acceso y desempleo.
- Plantear el papel corporativo de los sectores empresarios y de las asociaciones profesionales, así como del nuevo “sector empresario de la educación superior” en grado y posgrado.
- Evaluar la incorporación de innovaciones curriculares o en planes o programas de materias de acuerdo a demandas del aparato productivo y el mercado de trabajo.

Escritas currículo, diferenças em acontecimentos.
Antonio Carlos R. Amorim - FE/Unicamp
Ementa: Buscar possibilidades de fuga, de vazamento e de diferir o currículo como texto cultural é a proposta deste minicurso, em que se escavará a provocação deleuziana de que a escrita e significação não são obrigatoriamente associadas. Reconhecendo-se a relevância e influência dos estudos de culturas nas últimas décadas no/sobre o campo de estudos de currículo, é potencializador e desconcertante o encontro com autores pós estruturalistas, em seu esforço em sussurrar pelas diferenças que insistem em gerar diferenças. Dedicando-se ao estudo de imagens fotográficas e televisivas, no minicurso a procura será pelos fluxos que se/nos acontecem quando questões relativas às identidades nacionais e aos valores do brasileiro/da brasileira são escrituras de subjetividade. O currículo-linguagem-representação-conhecimento-moral é capaz de funcionar, agir, ser fora da máquina de guerra, captura e estriamento dos espaços escolares ou não? Quais escritascurrículo suportam a fuga, o vazio ou a ausência do sujeito-identidade-cultura-pedagogia? São perguntas lançadas para se imaginar o currículo como acontecimento, sua escrita com arma.

Império e currículo: inclusão, diferenciação e gerenciamento
Alfredo Veiga-Neto – ULBRA/UFRGS
Ementa: O minicurso parte da lógica clássica da soberania para, passando pela lógica moderna da governamentalização, discutir as novas configurações que assume a soberania no Império. Esses deslocamentos são importantes para a compreensão dos papéis que a escola—e especialmente o currículo— assumiu e continua assumindo nas diferentes formas de governamento, no âmbito do indivíduo e da população. Algumas características da soberania imperial —tais como o estriamento, o enfraquecimento dos Estados-Nação, os racismos, a corrupção ética e das relações de trabalho, o incremento das políticas (paliativas) de inclusão, a diferenciação e o gerenciamento— serão resumidamente discutidas, em função do papel que o currículo assume para o seu estabelecimento.
Programa:
· Soberanias: do Soberano, do Estado-Nação (centro e periferia) e do Império
· Currículo como operador do governamento: disciplinaridade e biopolítica
· Governamentalidade
· Crises modernas e transições para o pós-moderno
· Soberania imperial: estriamento, racismos, corrupção, imperativos
· O currículo a serviço da inclusão, da diferenciação e do gerenciamento

Escola e diversidade
Luciana Pacheco Marques – UFJF
Ementa: O minicurso propõe a continuidade do debate sobre identidade e diferença no palco da escola. Terá como pano de fundo o deslocamento do dado do universal da Modernidade para o do múltiplo da Atualidade, através da análise das categorias conhecimento, tempo, espaço e sujeito. O debate culmina com a necessidade de uma recontextualização pedagógica, propondo a perspectiva intercultural. Assim, quatro temáticas serão trabalhadas neste minicurso: 1) o movimento de ruptura com a Modernidade; 2) o pensamento da Atualidade nas categorias conhecimento, tempo, espaço e sujeito; 3) a constituição social da identidade e da diferença; 4) o processo educacional numa perspectiva intercultural.

Caminhos para a pesquisa em sociologia da educação a partir de fontes estatísticas
Alceu Ravanello Ferraro - EST
Ementa:
1. Questões preliminares. A velha (ou falsa?) polêmica sobre quantidade e
qualidade na pesquisa educacional. Fontes e estatísticas do estado educacional (características) da população e fontes: alfabetização, grau e série freqüentada, número de anos de estudo concluídos com aprovação, grau concluído. Estatísticas do movimento (eventos) do(s) sistema(s) de ensino: principais informações coletadas. Indicadores educacionais: conceituação e construção. A questão da qualidade das fontes e dos dados/das estatísticas. O desafio do acesso aos MICRODADOS dos censos e das pesquisas nacionais por amostra de domicílios/PNADs na pesquisa em educação. O desafio de se trabalhar com dados/estatísticas cuja coleta não se pautou pelas questões do/a pesquisador/a.
2. Artes e manhas no lidar com estatísticas do estado educacional da população (censos e PNADs). Análise sincrônica do analfabetismo ou da alfabetização; análises diacrônicas ou de tendência secular do analfabetismo e da alfabetização. Modelo de diagnóstico da escolarização. Experimento de definição de níveis de letramento a partir da informação sobre anos de estudo. Estimativa da dívida educacional.
3. Ensaio de análise com base em MICRODADOS do censo demográfico: a trajetória da relação entre gênero, cor/raça e alfabetização.
4. Estatísticas do movimento do(s) sistema(s) de ensino, originadas dos registros escolares. Principais informações coletadas. Questões de ordem conceitual e metodológica. Conflitos entre estatísticas de diferentes origens (fontes): censos demográficos e pesquisas por amostragem versus registros escolares. Por quê as matrículas superam o número efetivo de crianças? Um modelo para levantamento da múltipla matrícula (e múltipla contagem nas estatísticas).
5. Por que as águas dos dois tipos de fontes dificilmente se misturam?

Pesquisa-ação-crítico-colaborativa: implicações para a formação continuada e a inclusão escolar
Denise Meyrelles de Jesus - UFES
Ementa: Analisaremos a dinâmica da pesquisa-ação crítica, como perspectiva epistemológica, metodológica e política, observando como esse procedimento pode contribuir na formação continuada de profissionais investigadores críticos. Enfatizaremos ações colaborativas entre a universidade e as redes públicas de ensino, entendendo a necessidade de aprofundar o diálogo entre teoria, prática e pesquisa possibilitado pela dinâmica da pesquisa-ação, uma forma de investigação crítico-emancipatória para a educação e não sobre a educação. Problematizaremos questões que se colocam àqueles que se propõem a tal agenda: a mediação grupal; os elementos analisados nos estudos; os diferentes percursos vividos; os processos de implicação; o entrelaçamento de sujeitos, saberes e vontades; os desafios de apreender sitações buscando os processos de mudanças e seus elementos disparadores.

Mídias e mediações no espaço escolar.
Maria Isabel Orofino – Unisul –SC
Ementa: Este minicurso apresenta uma proposta de ação cultural no espaço escolar para um uso participativo e crítico das mídias contemporâneas (Orofino, 2003). Traz aportes teórico-metodológicos das teorias latino-americanas das mediações (Martín-Barbero e Orozco) e busca estabelecer nexos entre estas e os estudos culturais britânicos, sobretudo a partir do resgate do conceito de mediação, conforme proposto por Raymond Williams.
Será trabalhada uma perspectiva que defende a parceria entre comunicadores e educadores a partir de uma visão transdiciplinar, convergente e integradora da mídia-educação, em que a escola é compreendida como um espaço de leitura e produção críticas; isto é, de recepção e resposta às narrativas dominantes veiculadas pela mídia de caráter comercial.
Pretende-se fortalecer o diálogo entre educadores e comunicadores frente aos desafios de problematizar uma nova materialidade tecnológica e as relações entre mídias e escola, a partir de um enfoque que entrelaça as teorias da comunicação com uma pedagogia libertadora. Ao se tratar de mídia-educação, a visão que se defende é aquela que busca trabalhar a partir de um contexto real e possível, e não meramente tecnicista e generalizador.
As mídias se tornam quase onipresentes, muitas delas acessíveis à grande maioria da população. Mas, ao mesmo tempo, revelam um quadro de profunda exclusão, sobretudo no que se refere ao acesso dos estudantes de classes populares ao uso do computador e da internet. Se 98% da população brasileira são consumidores ativos do rádio e da televisão, por outro lado, apenas 7% têm acesso à internet.
É cada vez mais necessário problematizarmos esse tumultuado cenário das mídias contemporâneas e mostrar que aí reside a espetacularização, a glamourização, a distorção, a manipulação, mas também e principalmente a brecha, a alternativa de se usar esses meios para a construção de novas narrativas, de defesa de direitos humanos, da paz e da sustentabilidade. A escola pode e deve ser um espaço não apenas de debate sobre o consumo das mídias (o que é importantíssimo) ,mas também de uso e produção de novos discursos. E que estes sejam de autoria da própria comunidade escolar.

Educação e Sociedades de controle.
Sylvio de Sousa Gadelha Costa - UFC
Ementa: As sociedades contemporâneas têm se caracterizado por múltiplas, intensas e rápidas transformações em seus mais variados domínios: tecnológicos, econômicos, sociais etc. Associadas às mutações subjetivas em curso, elas afetam decisivamente as relações dos indivíduos entre si, e destes com as coletividades, perfazendo uma cultura cada vez mais complexa, fragmentada e polifônica. Tais mutações incidem inexoravelmente em nossa sociabilidade e nas formas através das quais resistimos e somos sujeitados pelos novos mecanismos de poder advindos com a globalização e o novo milênio.
Nesse sentido, é importante problematizar os efeitos dessas transformações no âmbito da prática e da teorização educacionais. Com efeito, até que ponto as idéias que temos de educação, de sua função social, dos valores que a embasam e das formas como ela tem se organizado, ainda respondem efetivamente às nossas novas condições de existência? O mini-curso volta-se para essa temática, explorando as condições de possibilidade da educação nas sociedades contemporâneas, designadas por Gilles Deleuze como sociedades de controle.
Ele se divide em três unidades programáticas:
a) caracterização das sociedades disciplinares (Foucault), do modelo de educação que lhes é correlato e do conceito de biopoder (Idem), de primordial importância não só para a inteligibilidade dos processos de regulamentação social, desde o final do século XVIII, como também para o entendimento dos novos controlatos que vêm regulando a educação em nossa atualidade;
b) exame geral das principais tendências que, segundo Gilles Deleuze, animam e modelam a vida nas sociedades de controle, averiguando seu modus operandi, dimensionando-as e buscando associá-las ao biopoder;
c) Análise de alguns fatores em jogo nas relações entre educação, controle e resistência, em nosso presente (consumo, novas tecnologias, mídia, marketing, comercialização da vida, megacorporações, novos movimentos sociais etc..), dialogando com autores (intercessores) que vêm explorando temáticas afins.

Marx, Freire e a Exclusão Educacional
Avelino da Rosa Oliveira – UFPel
Gomercindo Ghiggi - UFPel
Ementa: Por que privilegiar os conceitos exclusão/inclusão, em detrimento de opressão/libertação na análise educacional? Trata-se apenas de uma substituição de termos, irrelevante para o projeto sócio-educacional? Ante tais questionamentos, sustentamos a tese de que a teoria da exclusão foi apressadamente apropriada pela literatura educacional brasileira. Originada em contexto positivista, visa amenizar os impactos desumanizadores resultantes do modo de produção capitalista, e não superá-lo. Antes, Freire forjara, com brilhantismo intelectual e compromisso ético, o vigoroso conceito de opressão. Desde a Pedagogia do Oprimido, tivemos à disposição uma rede categorial apta a dar conta da realidade de opressão que historicamente marcou nossa sociedade e que, em suas determinações substantivas, ainda define o tempo presente. Quanto ao termo exclusão, tem sido tão disseminado que acabamos pagando o preço da indefinição: chegamos a uma situação em que é empregado por quase todo o mundo para designar quase todo o mundo, revestindo-se de imprecisão e carecendo de rigor conceitual. Neste minicurso, pretendemos investigar filosoficamente o conceito de exclusão social e suas implicações na educação. O objetivo é possibilitar embasamento conceitual sólido para as pesquisas no campo da educação, bem como a produção de uma rede categorial adequada para a compreensão e intervenção nos fenômenos educativos. Para tanto, serão tomados os construtos teóricos de Marx e Freire como pontos de apoio da reflexão e fontes de onde se buscará extrair produtividade. O minicurso será desenvolvido a partir dos seguintes tópicos: a) histórico do surgimento e consolidação do termo exclusão nas ciências humanas em geral; b) mapeamento da difusão deste conceito na literatura educacional brasileira; c) discussão da pertinência teórica do conceito exclusão, a partir dos referenciais marxista e freiriano; d) localização do conceito exclusão no interior de uma concepção filosófica abrangente.

Perspectivas culturais na Educação Matemática de Jovens e Adultos: enculturação matemática, etnomatemática e abordagens discursivas.
Maria da Conceição F. R. Fonseca - UFMG
Ementa: O educando jovem e adulto como sujeito cultural da aprendizagem e do conhecimento matemático. A enculturação matemática entre os propósitos da Educação de Jovens e Adultos. Abordagens etnomatemáticas nos estudos e nas práticas da Educação de Jovens e Adultos. A negociação de significados nas situações de ensino e aprendizagem da matemática na Educação de Jovens e Adultos, numa perspectiva discursiva.

História da Educação Matemática: porque e como?
Wagner Rodrigues Valente - PUC-SP (Coordenador)
Aparecida Rodrigues Silva Duarte –UNIVAS-MG
Flávia dos Santos Soares - PUC-RJ
Maria Cecília Bueno Fischer - UNISINOS- RS
Maria Célia Leme da Silva - PUC-SP
Neuza Bertoni Pinto - PUC-PR
Ementa: O título da proposta deste mini-curso inspira-se naquele dado a uma conferência que se tornou emblemática para a história da matemática. Trata-se do trabalho “History of mathematics: why and how”, apresentado pelo renomado matemático André Weil, no International Congress of Mathematicians, realizado em Helsinki, em 1978. Essa conferência foi traduzida para o português pela revista Matemática Universitária, publicação da SBM – Sociedade Brasileira de Matemática, em seu no. 13, de junho de 1991. Em síntese, Weil defendeu a posição de que “a história da matemática pode ser melhor praticada por matemáticos na ativa ou por aqueles que o tenham sido”. A quem caberia, então, praticar a história da educação matemática? Importa, assim, levar os participantes a refletirem sobre a importância da história da educação matemática. O trabalho inclui, ainda, numa segunda etapa, a discussão de uma metodologia de trabalho que possibilite a produção dessa história. Assim, os temas a serem tratados na proposta incluem:
- história, história cultural, história da matemática e histórica comparativa: as muitas histórias e a educação matemática;
- o papel da história da educação matemática na formação do professor de matemática;
- a produção existente no Brasil sobre história da educação matemática;
- como se produz história: as fontes de pesquisa para a história da educação matemática.
Os temas serão abordados em seis módulos de aproximadamente uma hora e meia, com atividades a serem desenvolvidas com os participantes. Elas incluem estudos com livros didáticos antigos, modernos e contemporâneos; uma dinâmica que envolve trabalho com provas e avaliações de diferentes épocas escolares; um trabalho com papéis de arquivos pessoais de professores, dentre outras.

Desdobramentos da Psicologia Vigotskiana para a Educação.
Marilda Gonçalves Dias Facci - UEM(Coordenadora)
Silvana Calvo Tuleski - UEM
Sônia Mari Shima Barroco - UEM
Ementa: Este curso pretende abordar a importância de se recuperar a historicidade do pensamento de L. S. Vygotski (1896-1934), apresentando o contexto econômico-social e político em que o autor elaborou sua obra. Esta proposta, portanto, advém do estudo aprofundado de diversos escritos do autor, em suas traduções mais fiéis, no qual pôde-se constatar o quanto sua teoria foi gestada a partir das contradições inerentes à sociedade russa pós-revolucionária e estava comprometida com a construção de um novo homem, diferente do homem burguês. Assim, este curso procurará apresentar os principais fundamentos históricos e filosóficos da teoria vygotskiana à luz da sociedade de sua época, isto é, sua base marxista, que define sua concepção de homem e sociedade, sem os quais torna-se quase impossível o entendimento de seus postulados, bem como a compreensão de conceitos fundamentais expostos em seus estudos como: concepção de aprendizagem e desenvolvimento; relação pensamento e linguagem: funções psicológicas inferiores e superiores; nível de desenvolvimento real e potencial; instrumentos e signos; conceitos espontâneos e científicos; mediação instrumental, fundamentos de defectologia, entre outros. Conclui-se que, para Vygotski, a tarefa que se colocava aos homens de sua época era desenvolver uma psicologia científica capaz de estudar o comportamento do homem social e não somente o funcionamento do organismo individual, tarefa esta que parece não estar esgotada na atualidade. Neste sentido que tal discussão apresenta suas contribuições, principalmente aos psicólogos e educadores contemporâneos que estejam empenhados em compreender o desenvolvimento do psiquismo humano e sua relação com a prática educativa.

A formação de educadores na perspectiva da diversidade humana e da educação para as relações étnico-raciais: referenciais e experiências.
Marly de Jesus Silveira - UFG
Adilton José de Paula - NEN
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva - UFSCAR
Ementa: Concepção de desenvolvimento e inserção social enfocando a dimensão étnico-racial da diversidade brasileira, e a promoção da eqüidade nos sistemas de ensino. Referências político – pedagógicas deste enfoque na formação de educadores para a Educação Básica. Pluralidade cultural e multirreferencialidade em experiências atuais de formação.
Objetivos
- Identificar e relacionar referências de estudos, políticas e de experiências sobre formação de professores centrada na diversidade cultural e nas relações raciais.
- Contribuir na formulação de processos e instrumentos teórico-práticos em programas, projetos e ações de formação docente, tendo em vista as determinações da Lei 9394/96 – LDB / 10639/2003.
- Relatar e discutir aspectos selecionados dos projetos de formação docente, com abordagem racial, realizados no âmbito da Faculdade de Educação da UFSCAR/SP, e do Núcleo de Estudos Negros – NEN , de Florianópolis /SC.

Representações, práticas e desafios da sala de aula universitária - Proposta de um minicurso para professores universitários
Carmen Teresa Gabriel - UFRJ
Adélia Maria Nehme Simão e Koff – PUC-RIO
Ementa: As concepções, práticas níveis e etapas do processo de planejamento. As diferentes dimensões da sala de aula do curso universitário. A avaliação: concepções e práticas.
Este programa/minicurso está dirigido a professores universitários interessados em repensar a sua prática docente. Os questionamentos trazidos pelas transformações que caracterizam a nossa contemporaneidade em seus diferentes níveis – social, político econômico – afetam diretamente as relações estabelecidas entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino superior e o próprio conhecimento acadêmico, acarretando desafios cotidianos para o exercício do magistério no âmbito da universidade.
O objetivo central desse minicurso, portanto, é propiciar um espaço de reflexão conjunta para pensar estratégias didáticas e caminhos teóricos alternativos que possam contribuir para a superação desses desafios pedagógicos que se apresentam no cotidiano da sala de aula universitária.
Trata-se de contemplar, de forma articulada, tanto as especificidades inerentes ao processo de ensino-aprendizagem que acontecem em diferentes cursos, como as questões de ordem mais geral que perpassam esse processo, no âmbito universitário. Não se trata de trabalhar de forma dicotômica conteúdos e métodos, temas e técnicas, e sim apreendê-los como elementos articulados do próprio processo de ensino-aprendizagem.

Perguntas gerando perguntas em educação sexual
Érica Renata de Souza – UNICAMP
Elizabete Franco Cruz - UNICAMP
Helena Altmann
Maria Teresa Campos – UNICAMP
Ementa: O objetivo desse mini-curso é constituir espaços de encontro/interlocução com o outro, visando discutir a temática da sexualidade humana em processos educativos na escola e nos movimentos sociais, entretecendo uma cadeia de significações, tendo os referenciais teóricos pós-estruturalistas como cerne, entrelaçando sexualidades e infâncias, adolescências, homossexualidades, linguagens, formação docente e educação sexual.
Neste contexto, metodologias participativas serão utilizadas, evidenciando o desafio da complexidade, com as incertezas da contemporaneidade, desestabilizando verdades e dicotomias, rompendo padrões pré-estabelecidos e, principalmente, aprendendo a redimensionar a construção de conhecimentos, problematizando a infinidade de possibilidades da temática da sexualidade humana em contextos educativos diversos. Problematizar, para nós, significa criar e não apenas responder a uma questão; suscitar as infinitas contradições da temática para, navegando em meio à criatividade, forçar novos lances, novos olhares, refazer hipóteses na ludicidade, na arte, no movimento.
O campo dos estudos das sexualidades vem, pois, se constituindo como um local de questionamento, de desconstrução, de contradições e de dúvidas. Isso faz com que muito mais do que discutir as sexualidades o que passa a ser questionado é a cultura e todo processo que se estabelece no seu interior para a construção das identidades bem como a própria constituição dos sujeitos, o que evidencia a importância da educação. A família, a escola, a mídia, o grupo de pertencimento, os grupos sociais, enfim, as diferentes dimensões sociais responsáveis pela construção dos sujeitos adquiriram fundamental importância para esses estudos. Discutir e problematizar, portanto, a temática das sexualidades neste contexto, tendo os temas acima enunciados como centralidade, se apresenta como nossa contribuição a este encontro.


Atividades ANPEd / CLACSO
(mnicursos com o apoio do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ - Programa Políticas da Cor na Educação Brasileira - e do Fórum Latino-americano de Políticas Educacionais – FLAPE)

Espaço público e privatização do conhecimento. O debate sobre políticas universitárias na América Latina
Coordenadores: Roberto Leher (UFRJ e UERJ/LPP) / Bettina Levy (CLACSO)
Professores convidados:Álvaro Campusano (Flacso, Equador) / Judith Naidorf (Universidad de Buenos Aires, Argentina).

Ementa: Análise dos processos de reforma universitária na América Latina. Os processos de privatização e a crise da universidade pública. O impacto dos tratados de livre-comércio no ensino superior. A reforma universitária no Brasil, Argentina e Equador.
Bibliografia:
MOLLIS, Marcela (Org.) Las universidades en América Latina: reformadas o alteradas? Buenos Aires: CLACSO, 2003.
GENTILI, Pablo & LEVY, Bettina (Orgs.) Espacio público y provatización del conocimiento. Estudio sobre políticas universitarias en América Latina. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
GENTILI, Pablo (Org.) Universidades na penumbra: neoliberalismo e reestruturação universitária. São Paulo: Cortez, 2001.
SOUSA SANTOS, Boaventura. A universidade no século XXI. Para uma reforma democrática e emancipatória da universidade. São Paulo: Cortez, 2004.

Trabalho, filosofia e atividade humana
Coordenadores:Gaudêncio Frigotto (UERJ/PPFH/LPP) / Dayse Cunha (UFMG)
Professor convidado:Yves Schwartz (Université de Provence, França)

Ementa: O trabalho numa perspectiva filosófica. Trabalho, atividade humana e produção de saberes. Teorias da ação e atividade humana.
Bibliografia:
SCHWARTZ, Yves. “O Trabalho numa perspectiva filosófica”. Cuiabá: Seminário Trabalho, Saber, Educação, 2003. (no prelo)
SCHWARTZ, Yves. “Ergonomia, filosofia e exterritorialidade”. Trad. in: Daniellou, François. A ergonomia em busca de seus princípios. São Paulo: Ed. Blucher, 2004.
SCHWARTZ, Yves. “Disciplina epistêmica, disciplina ergológica – paidéia e politeia” in: Revista Pro-Posições, (Unicamp), v. 13, n. 1, jan./abr. 2002, pp 126-149.
FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.) Educação e crise do trabalho: perspectivas de final de século. Petrópolis – RJ: Vozes, 1998.

Afirmando direitos: as políticas de ação afirmativa como estratégia de democratização da educação
Coordenador: Osmundo Pinho (UERJ/LPP/PPCOR)
Professores convidados: Raquel Coelho César (UNIRIO e UERJ/LPP/PPCOR) / José Luis Petruccelli (IBGE e UERJ/LPP/PPCOR)

Ementa: Universalização de direitos e políticas públicas. O sentido das políticas de ação afirmativa. As estratégias de luta contra a segregação racial no campo educacional. A composição étnico-racial dos estudantes no ensino superior brasileiro: um mapa da cor no sistema universitário. O debate sobre as cotas: avanços e perspectivas.
Bibliografia:
CARVALHO, José Jorge. Inclusão Étnica e Racial no Brasil: a questão das cotas no ensino superior. São Paulo: attar, 2005.
MEDEIROS, Carlos Alberto. Na lei e na raça: Legislação e relações raciais, Brasil – Estados Unidos. Coleção Políticas da Cor. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2004.
LOBATO, Fátima & SANTOS, Renato Emerson dos (Orgs.) Ações afirmativas – políticas públicas contra as desigualdades raciais. Coleção Políticas da Cor. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2004.
PETRUCCELLI, Jose Luis. Mapa da cor no ensino superior brasileiro. Série Ensaios & Pesquisas. Rio de Janeiro: Laboratório de Políticas Públicas – LPP e Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial – SEPPIR, 2004.

Movimentos sociais, reformas educacionais e lutas democráticas na América Latina
Coordenador: Pablo Gentili (UERJ/LPP/OLPED e FLAPE)
Professores convidados: Roseli Caldart (MST) / Jill Friedemberg (Corrugate Films, Seattle - EEUU)

Ementa: Lutas populares e reforma educacional. O estudo das reformas educacionais para além da ação governamental. Resistências, conflito social e educação. Os movimentos sociais e a luta pela democratização da educação no Brasil, Argentina e México.
Observação: Na última sessão do mini-curso será realizado um debate do filme “Pequeno grão de areia” (dirigido por Jill Friedemberg) sobre a luta dos docentes mexicanos contras as reformas neoliberais e a privatização da educação. O filme será exibido em diferentes horários, todos os dias, durante a Reunião Anual.

Bibliografia:
CASTAGNA MOLINA, Mônica; ARROYO, Miguel & CALDART, Roseli (orgs.) Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004.
CALDART, Roseli. Pedagogia da terra. Petrópolis: Vozes, 2001.
GENTILI, Pablo & SUÁREZ, Daniel (Orgs.). Reforma educacional e luta democrática: um debate sobre a ação docente na América Latina. São Paulo: Cortez, 2004.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais no início do século XXI. Antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003.
TIRAMONTI, Guillermina & FILMUS, Daniel (Org.) Sindicalismo docente y reforma educativa en América Latina. Buenos Aires: FLACSO/Temas Grupo Editorial, 2001.